segunda-feira, 6 de janeiro de 2014

Aprendendo na cozinha

Vinha-d'alhos

É uma mistura feita de vinho, alho, louro, cebolinha verde, salsa, pimenta-do-reino e cebola espetada com cravos, usada para deixar de molho aves, peixes e carnes.

quarta-feira, 19 de setembro de 2012

Aqueles Cães Malditos de Arquelau: Isaías Pessotti

Afrodite - Contos, Receitas e Outros Afrodisíacos: Isabel Allende

A Sociedade Literária e a Torta de Casca de Batata: Annie Barrows & Mary Ann Shaffer




'A sociedade literária e a torta de casca de batata' é um romance epistolar, encenado nas longínquas ilhas Guernsey, no Canal da Mancha, após a Segunda Guerra Mundial. Escrito pela bibliotecária e livreira que estreou na literatura com mais de 70 anos, Mary Ann Shafer, com apoio da sobrinha, Annie Barrows, o livro é uma celebração da vida através da literatura.

Grande Sertão Veredas: João Guimarães Rosa




Madame Bovary: Gustave Flaubert




«Foi debaixo do telheiro onde se guardavam as carroças que puseram a mesa. Nela havia quatro lombos de vaca, seis frangos de fricassé, vitela estufada, três pernas de carneiro e, ao centro, um bonito leitão assado, rodeado por quatro grandes chouriços com azedas. Aos cantos erguiam-se as garrafas de aguardente. A sidra doce engarrafada fazia sair a sua espuma espessa em torno das rolhas e todos os copos tinham sido previamente cheios de vinho até às bordas. Grandes taças de leite-creme, que estremeciam ao mínimo toque na mesa, apresentavam, na sua superfície lisa, o monograma dos noivos, desenhado em arabescos de missanga de açúcar. Tinha-se mandado vir um pasteleiro de Yvetot para fazer as tortas e os nogados. Por ser a sua estreia na região, apurara-se no trabalho; e ele próprio trouxe para a mesa um bolo armado que provocou estrondosos aplausos. A base, em primeiro lugar, era composta por um quadrado de cartão azul, representando um templo com pórticos, colunas e estatuetas em gesso em toda a volta, dentro de nichos constelados de estrelas de papel dourado; a seguir vinha no segundo andar, uma torre de pão-de-ló, rodeada de pequenas fortificações de angélica, amêndoas, passas de uva, gomos de laranja; e, por fim, sobre a plataforma superior, que representava um prado verde onde se viam rochas com lagos de geleia e barcos feitos com cascas de avelãs, havia um pequeno Cupido sentado num baloiço de chocolate, cujos postes terminavam, no cimo, à maneira de esferas, em dois botões de rosa naturais.
Comeu-se até à noite. Quando se cansavam demasiado de estar sentados, iam passear pelos pátios ou jogar uma partida de malha no celeiro; depois voltavam à mesa. Para o fim, alguns adormeceram ali mesmo e ressonavam. Mas, quando chegou o café, todos se reanimaram; (…)»

Gabriela Cravo e Canela: Jorge Amado



No Brasil, a comida foi muito bem representada na obra de Jorge Amado, em que os prazeres da carne e os da mesa se confundem. Quer aprender a preparar o bolinho de carne frito pela protagonista de Gabriela, Cravo e Canela? Ou o quibe cru servido em Tocaia Grande? E a farta feijoada de Os Pastores da Noite? A filha do escritor, Paloma Jorge Amado Costa, levou seis anos pesquisando a obra do pai e compilou as receitas no livro A comida baiana de Jorge Amado.
Nos livros do escritor baiano, o sexo e a comida têm íntima relação, como em Gabriela, Cravo e Canela. “O amor à mulher e o amor à sua comida, o amor ao seu homem e o prazer de para ele cozinhar, sentimentos tão entranhadamente misturados, qual o mais profundo? É natural que as saudades de Nacib, após a separação, se expressem primeiro na forma de saudades da cozinheira, e que todo o desejo de Gabriela seja o de cozinhar de novo para Nacib”,
O romance entre o sírio Nacib e a mulata Gabriela tem como cenário os anos 20, em plena luta pela modernização material e cultural de Ilhéus, então em franco desenvolvimento graças às exportações de cacau. O eixo da história é a relação entre as transformações materiais e as idéias morais. Com sua sensualidade inocente, a cozinheira Gabriela não só conquista o coração de Nacib como também seduz um sem-número de homens ilheenses, colocando em xeque a férrea lei local que exigia que a desonra do adultério feminino fosse lavada com sangue. Um momento da vida social brasileira serve de pano de fundo a uma história de amor.