quarta-feira, 19 de setembro de 2012

Aqueles Cães Malditos de Arquelau: Isaías Pessotti

Afrodite - Contos, Receitas e Outros Afrodisíacos: Isabel Allende

A Sociedade Literária e a Torta de Casca de Batata: Annie Barrows & Mary Ann Shaffer




'A sociedade literária e a torta de casca de batata' é um romance epistolar, encenado nas longínquas ilhas Guernsey, no Canal da Mancha, após a Segunda Guerra Mundial. Escrito pela bibliotecária e livreira que estreou na literatura com mais de 70 anos, Mary Ann Shafer, com apoio da sobrinha, Annie Barrows, o livro é uma celebração da vida através da literatura.

Grande Sertão Veredas: João Guimarães Rosa




Madame Bovary: Gustave Flaubert




«Foi debaixo do telheiro onde se guardavam as carroças que puseram a mesa. Nela havia quatro lombos de vaca, seis frangos de fricassé, vitela estufada, três pernas de carneiro e, ao centro, um bonito leitão assado, rodeado por quatro grandes chouriços com azedas. Aos cantos erguiam-se as garrafas de aguardente. A sidra doce engarrafada fazia sair a sua espuma espessa em torno das rolhas e todos os copos tinham sido previamente cheios de vinho até às bordas. Grandes taças de leite-creme, que estremeciam ao mínimo toque na mesa, apresentavam, na sua superfície lisa, o monograma dos noivos, desenhado em arabescos de missanga de açúcar. Tinha-se mandado vir um pasteleiro de Yvetot para fazer as tortas e os nogados. Por ser a sua estreia na região, apurara-se no trabalho; e ele próprio trouxe para a mesa um bolo armado que provocou estrondosos aplausos. A base, em primeiro lugar, era composta por um quadrado de cartão azul, representando um templo com pórticos, colunas e estatuetas em gesso em toda a volta, dentro de nichos constelados de estrelas de papel dourado; a seguir vinha no segundo andar, uma torre de pão-de-ló, rodeada de pequenas fortificações de angélica, amêndoas, passas de uva, gomos de laranja; e, por fim, sobre a plataforma superior, que representava um prado verde onde se viam rochas com lagos de geleia e barcos feitos com cascas de avelãs, havia um pequeno Cupido sentado num baloiço de chocolate, cujos postes terminavam, no cimo, à maneira de esferas, em dois botões de rosa naturais.
Comeu-se até à noite. Quando se cansavam demasiado de estar sentados, iam passear pelos pátios ou jogar uma partida de malha no celeiro; depois voltavam à mesa. Para o fim, alguns adormeceram ali mesmo e ressonavam. Mas, quando chegou o café, todos se reanimaram; (…)»

Gabriela Cravo e Canela: Jorge Amado



No Brasil, a comida foi muito bem representada na obra de Jorge Amado, em que os prazeres da carne e os da mesa se confundem. Quer aprender a preparar o bolinho de carne frito pela protagonista de Gabriela, Cravo e Canela? Ou o quibe cru servido em Tocaia Grande? E a farta feijoada de Os Pastores da Noite? A filha do escritor, Paloma Jorge Amado Costa, levou seis anos pesquisando a obra do pai e compilou as receitas no livro A comida baiana de Jorge Amado.
Nos livros do escritor baiano, o sexo e a comida têm íntima relação, como em Gabriela, Cravo e Canela. “O amor à mulher e o amor à sua comida, o amor ao seu homem e o prazer de para ele cozinhar, sentimentos tão entranhadamente misturados, qual o mais profundo? É natural que as saudades de Nacib, após a separação, se expressem primeiro na forma de saudades da cozinheira, e que todo o desejo de Gabriela seja o de cozinhar de novo para Nacib”,
O romance entre o sírio Nacib e a mulata Gabriela tem como cenário os anos 20, em plena luta pela modernização material e cultural de Ilhéus, então em franco desenvolvimento graças às exportações de cacau. O eixo da história é a relação entre as transformações materiais e as idéias morais. Com sua sensualidade inocente, a cozinheira Gabriela não só conquista o coração de Nacib como também seduz um sem-número de homens ilheenses, colocando em xeque a férrea lei local que exigia que a desonra do adultério feminino fosse lavada com sangue. Um momento da vida social brasileira serve de pano de fundo a uma história de amor.

A Elegância do Ouriço: Muriel Barbery



À primeira vista, não se nota grande movimento no número 7 da Rue de Grenelle - o endereço é chique, os moradores são gente rica e tradicional. Para ingressar no prédio e poder conhecer seus personagens, com suas manias e segredos, será preciso infiltrar um agente ou uma agente ou por que não duas agentes?

A Morte do Gourmet: Muriel Barbery



Neste romance, o maior crítico de gastronomia da França é desenganado pelos médicos e decide perscrutar a memória em busca do gosto perfeito. Em seu leito de morte, o grande crítico gastronômico Pierre Arthens é tomado pela última obsessão - lembrar­se do sabor que mais o enfeitiçara. A viagem aos meandros do paladar começa na infância do protagonista, quando as artes culinárias da avó desabrocharam seu talento, e termina na consagração do profissional que celebrava deliciado uma simples sardinha frita ou um inesquecível sorbet de laranja. No caminho, ele descreve a descoberta dos sashimis; a sensualidade dos tomates amorosamente colhidos na horta da casa de sua tia; o primeiro gole de uísque; o aveludado erótico da ostra. Sabores e odores misturam­se na memória do agonizante. Em contraponto às suas recordações surgem as vozes das vítimas de seu cinismo e egoísmo - a mulher e os filhos, a amante, o aluno, o gato de estimação e até mesmo a concierge Renée.

Chocolate: Joanne Harris




A dona de uma loja de doces conquista com suas iguarias os moradores de um vilarejo na França.
Na obra, mãe e filha decidem morar em um pequeno vilarejo francês e acabam causando uma verdadeira revolução no local ao abrirem uma loja especializada em chocolates finos quase em frente à igreja. Com isso, elas ganham logo a inimizade do padre Reynard, que identifica ali uma ameaça em potencial para a moral e os bons costumes de sua comunidade na mistura de aromas e sabores tentadores. Alternando o foco narrativo entre Vianne e Reynaud, a autora cativa os leitores com uma trama que aborda, com rara sensibilidade, o preconceito contra as diferenças.

Como Água para Chocolate: Laura Esquivel




Uma camponesa se vale dos dotes culinários para impedir que o amado retorne para a guerra.
Neste surpreendente romance que tem como subtítulo Romance em fascículos mensais com receitas, amores e remédios caseiros, tudo gira em torno da cozinha. Cada capítulo é aberto com uma extraordinária (e perfeitamente realizável) receita, em torno da qual não só se aglutinam os comensais que as consomem como também se “cozinham” e “coalham” amores e desamores, risos e prantos (sobretudo risos).

Tomates Verdes Fritos: Fannie Flagg




Neste romance, as narrativas são entrelaçadas ao longo de várias épocas, a começar pela década de 1980 e recuando no tempo até as primeiras décadas do século XX, revelando doces lições de vida, delicadas, comoventes e hilariantes.
 A culinária serve para afogar as mágoas e acalmar a solidão. 

Tomates Verdes Fritos: Fannie Flagg




Neste romance, as narrativas são entrelaçadas ao longo de várias épocas, a começar pela década de 1980 e recuando no tempo até as primeiras décadas do século XX, revelando doces lições de vida, delicadas, comoventes e hilariantes.
 A culinária serve para afogar as mágoas e acalmar a solidão. 

A Festa de Babette : Isak Dinesen (Karen Blixen)


A Festa de Babette (conto), Isak Dinesen (Karen Blixen) Em 1871, em noite de tempestade, Babette chega a um vilarejo na Dinamarca, fugindo da França durante a repressão à Comuna de Paris. Ela se emprega como faxineira e cozinheira na casa de duas solteironas, filhas de um rigoroso pastor. Ali ela vive por quatorze anos, até que um dia fica sabendo que havia ganhado uma fortuna na loteria e, ao invés de voltar à França, ela pede permissão para preparar um jantar em comemoração aos centésimo aniversário do pastor. A princípio, os convidados ficam assustados, temendo ferir alguma lei divina ao aceitar um jantar francês, mas acabam comparecendo e se deliciam com a festa de Babette.

Anna Karenina: Leon Tolstói




Dedica um capítulo inteiro à descrição do planejamento de um banquete. 
'Ana Karênina' é uma história centrada num caso de adultério, que desnuda e expõe as convenções sociais da nobreza russa. O romance conta a história do amor difícil e controvertido vivido pela protagonista Ana na Rússia czarista. Ana é uma mulher casada que corre atrás de Vronski, seu amante, mas arrebatada por uma paixão proibida, resvala cada vez mais para um abismo negro cheio de mentiras e destruições. O autor questiona o significado da vida e da justiça social tendo como base as crises familiares.

No Caminho de Swann: Marcel Proust



Em busca do Tempo Perdido, francês Marcel Proust (1871 – 1922)

Um bolinho simples em forma de concha, chamado madeleine, muito comum no Nordeste francês, está na origem deste vasto romance em sete volumes. “As lembranças do menino têm a ver com o mundo da cozinha, dos legumes, dos doces. Ele (o personagem central) lê até a hora do almoço e sua avó é bastante exigente com a forma como os pratos tradicionais da família são preparados; é um ambiente burguês em que a comida, o universo doméstico, parecem ser experiências muito importantes na vida do menino, ao lado da leitura, é claro”